19 de abril de 2012

Desencontrei dos olhos teus

E foi isso.
Uma palavra, uma simples palavra numa frase que eu nunca quis escutar de sua boca.
Agora, nem sei o que fazer, o que dizer, o que sentir...
Perdi o fôlego por alguns instantes, mas não o suficiente para que você se desse conta desse meu ato quase que reflexo,
consequência de uma paixão não respondida
que foi açoitada sem a menor dó com a palavra temida.
Não tive como fugir, não tive forças para correr.
Fiquei parada ali, ouvindo histórias de um amor que não foi guardado pra mim.
Seu amor é outro, seu amor por mim é outro.
Mesmo a mão em minha cintura era falso sinal.
Acreditei que um dia pudesse dar certo, olhei em seus olhos e juro que pensei!
Mas seus olhos enganam, seu olhar vai em outra direção.
E eu volto pra casa, mais calada que o normal
tentando não deixar as lágrimas rolarem.
Porque aguento muito antes de transbordar...

12 de abril de 2012

aversivo como saída

Não quero ser amada. Não sei lidar com isso. O que eu quero são paparicos, elogios pra me inflarem o ego, pequenas manifestações de admiração...
Quero que me faça sentir bem pra que bem possa eu estar com outras pessoas.
Quanto egoísmo, eu sei. Mas já disse aqui e repito, sou um serzinho muito egoísta.
Não que eu goste de fazer os outros sofrerem, na verdade não gosto. Mas evitar o que pra mim é aversivo e ainda ganhar uma inflada no ego...É um convite quase que irresistível.
Muito egoísta eu sei.
Não quero que me iludam, por isso não quero iludir. Mas às vezes o simples não negar passa a ideia de afirmação. O silêncio é uma péssima resposta. Quem cala não consente. Quem cala, muitas vezes, só quer evitar ferir aquele de quem gosta. Não existe forma delicada de dizer 'não', porque a dor dessa palavra é grande de qualquer jeito.
Mas em alguns momentos o 'não' é inevitável. Deixar o egoísmo de lado um pouco é bom. Enfrentar o aversivo de uma discussão pode ser o melhor (e único) jeito de resolver as coisas.
Que venham os aversivos!!

7 de abril de 2012

...

Meu sinal de pontuação preferido e mais usado são as reticências. Adoro tudo que fica subentendido com elas. Aquele deixar claro sem ter que dizer efetivamente o que se quer. Mil interpretações, mil sentidos num só sinal.
Se pudesse me definir com um sinal seria essa, com certeza. O "três pontos" é aquele olhar cheio de palavras, aquele gesto cheio de significados, aquele sorriso que revela a intenção. Aquela que diz mil coisas sem uma única palavra. A expressão pelo corpo. A minha expressão...
Corro o risco de ficar sem nada.
Corro o risco de ficar com o que quero.
Corro o risco de não gostar de ter o que quero ter.
Posso perder o que já tenho, estragar tudo.
Posso investir em algo que não existe e deixar o real escapar por entre meus dedos.
Neste momento, valorizo mais a tentativa do que os resultados.
Conheço as consequências, já pensei sobre elas.
Mas quero exercitar a tentativa, o risco, a dúvida,
Deixar o certo de lado e tentar o incerto.
Arriscar sofrer pelos meus desejos.
Arriscar viver pelos meus desejos.
Arriscar viver...

5 de abril de 2012

mãos vazias, consciência tranquila

Se você tem duas opções, uma é certeza de dar certo, e a outra é uma pequena chance de dar certo, o que fazer? Optar por um certo que você não quer? Ou escolher pelo improvável, que você quer muito? Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Será mesmo?
Quando as chances de dar certo são poucas, s pessoas tendem a aconselhar você a desistir. Mas se você tem um câncer com apenas 10% de chance de recuperação, logo lhe dirão para acreditar e lutar, que tudo dará certo. Pode parecer uma comparação exagerada, mas pra mim mostra o quanto somos contraditórios.
Já ouviu aquela frase "100% de esforço onde houver 1% de chance"? Podemos generalizá-la para qualquer setor de nossa vida. Tudo bem, optar pela certeza é bem mais tranquilo, evita apreensão e etc. Mas se aquilo que você quer tiver qualquer probabilidade de dar certo, por menor que seja, vale a pena tentar. Muitas vezes nos prendemos a algo que não queremos só porque deu certo. Quantos estão presos a empregos que não gostam por medo de tentar mudar? Quantos estão presos a relacionamentos que não querem mais só pela comodidade de estar em algo que já deu certo?
O arriscar é sempre difícil. Não estamos preparados para os possíveis fracassos. Não queremos arcar com as consequências de nossas decisões, por isso continuamos com o confortável, mesmo que o odiemos. Eu acho isso muito errado e, se é que já não o faço, tentarei arriscar mais e lutar pelo que quero, mesmo que perca o que já tenho. Aconselho você a fazer o mesmo. Não podemos nos arrepender por não ter tido aquilo que não merecemos... Façamos por onde!!!

4 de abril de 2012

Pelo direito de ser triste

Meus últimos textos não foram os mais animados do mundo, sei disso. Minha vida também não tem sido a mais animada do mundo. Nem eu a pessoa mais feliz.
Mas ao contrário do que aconteceu em situações anteriores, não estou confusa sobre o que sinto. Sei que estou decepcionada comigo mesma por não ser quem gostaria, nem como gostaria. Sei que estou triste com os fatos que fogem do meu controle. Sei que estou saindo do chamado estado de dissociação e vendo a realidade como ela é, e não como eu gostaria que ela fosse. Sei também que, como diria uma amiga minha, meu coração está peludo, protegido do mundo (em todos os sentidos), e sem previsão de depilção.
No momento só tenho tempo e vontade de ser triste, de ver o mundo com olhos marejados de lágrimas que não caem.
Estou curtindo, envelhecendo e incorpando como um bom vinho, que depois sai da adega como o melhor dos melhores vinhos de sua safra.
Estou brega, cheia de clichês e mimimis.
Já me disseram " não chora, Vanessa!!". Que bobagem! Deixem-me chorar, sentir minha dor, expressar a dor no peito, calar a boca da angústia. É o melhor pra mim agora, sentir o que nunca senti, como nunca senti.
Eu preciso disso. Eu quero isso. Passei muito tempo me escondendo, me fazendo de forte, rindo quando queria chorar. Estando entre amigos que me fizessem rir pra evitar meu chora. Agora é justo que eu seja triste.
Já disse uma vez e volto a dizer: curtir a tristeza faz bem. Nos faz valorizar a felicidade quando ela chega.
E ela vai chegar, sei que vai. E eu vou estar pronta pra ela, vou agarrá-la e aproveitar ao máximo tudo que ela me oferecer.
E todos vão perceber quando eu voltar a ser aquela pessoa tranquila, de riso solto e despreocupada com tudo.
Mas agora, o que eu preciso, é ser triste e me encontrar na minha tristeza.
E sem tempo de retorno...