18 de dezembro de 2011

Proteção

Quanto maior o sorriso, maior a tristeza que ele encobre
Sorrio quando choro, ou ao invés de chorar
Sorrio quando estou brava
Sorrio quando sorriam pra mim, mesmo que só por educação
Sorrio pra disfarçar
O medo, o frio, a insegurança, a solidão
Sorrio falsamente
Até pra quem não merece
Sorrio das conquistas e das derrotas
Sorrio de nada
Sorrio de tudo
Sorrio até das (minhas) piadas sem graça
O mais comum é rir de mim mesma
De minha estupidez, de meus desastres, desilusões e erros
E ainda me perguntam porque vivo sempre a sorrir!!!

15 de dezembro de 2011

Prioridades

Por mais que tentemos fazer com que certas coisas nunca mudem, não tem jeito, tudo, invariavelmente, muda. Aquilo que permanece estático morre, por isso a mudança é o motor da vida. 
Quando a gente é criança, tem muito essa ideia de que tudo é pra sempre. Eu sempre serei e pensarei assim. Fulano será meu melhor amigo pra sempre. Agora eu pergunto: quem continua pensando como há dois, três, cinco anos atrás? Quantas pessoas continuam amigas de seu melhor amigo da 3º série? Eu mesma nem lembro mais quem eram!!
O fato é que as pessoas mudam. A vida muda. As circunstâncias mudam, Assim, nossos planos são alterados, mesmo contra nossa vontade. E não adianta lutar contra isso, tem-se que que acompanhar a mudança, mudar junto.
As prioridades mudam. Primeiro, temos a família como prioridade. Depois, nossos amigos é que são indispensáveis. Aí você cresce mais um pouco e a prioridade é o(a) namorado(a). Quando percebe, sua família volta a ser prioridade -marido, filhos, cachorro etc.
O ruim é quando suas prioridades mudam, mas as das pessoas à sua volta não. Por exemplo, quando o namorado passa a ser prioridade ao invés dos amigos. A pessoas deixa de ter os amigos como prioridade, mas os amigos não deixam de tê-la como tal, e acabam se chateando por não receberem tanta atenção como antes. Infelizmente, esse é um processo natural.
Muitas pessoas não sabem como organizar suas prioridades.Eu realmente acho que é possível nos organizarmos e ter tempo para o trabalho, estudo, amigos, namorado(a) e família. Mas eu nunca tive que organizar tudo isso ao mesmo tempo. Então talvez eu esteja enganada. Ou talvez não...

13 de dezembro de 2011

Ah, o... amor??

Acho engraçado como as pessoa amam tão facilmente hoje em dia. Vejo às vezes caras que saem bastante e pegam todas, aí de repente começam a namorar e dizer 'eu te amo' como se fosse bom dia! Nas redes sociais, então, é mais comum ainda: troca de juras de amor de quem se conheceu há uma semana!!
Não, eu não acredito em amor à primeira vista, me dá sempre a ideia de que é uma paixão pela aparência, um atração física apenas. Pra mim isso é coisa de filme que tem só duas horas e as pessoas tem que se apaixonar rápido. Pra mim, o amor demora mais de um dia pra acontecer. É um sentimento que se constrói dia após dia e, quando a gente percebe, já tá lá!
Mas parece que as pessoas tem necessidade de demonstrar, publicamente, um amor que mal começou a ser construído! Precisam dizer pra todo mundo "olha como estou feliz, como eu amo fulano(a)". Não se ama pra si próprio, se ama para as outras pessoas. Se ama não porque se quer, mas sim porque os outros exigem que se ame. Quase como se fosse uma obrigação social: ame e publique!
Não vejo problemas em trocas de amor pelas redes sociais, o que me incomoda é que parece que com o surgimento delas surgiu também a necessidade de exibição, a necessidade de fazer todos saberem de seu suposto amor, apenas para despertar a inveja alheia.
Pra mim, o amor é algo muito importante pra ser tratado assim. É um sentimento que reservo pra quem considero realmente especial em minha vida, e não posso desperdiçá-lo.
Às vezes eu só queria sair por aí, andar sem rumo, apreciar a paisagem e os rostos, deixar tudo pra lá e começar de novo...

11 de dezembro de 2011

Pensar dói

Um dia ela simplesmente acordou em paz. Consciente de sua vida, seus problemas e suas alegrias. Repentinamente, essa consciência foi um alívio, e não um tormento. Então isso é a tal paz interior?, pensou ela, com o coração ainda leve.
Sem muito pensar, foi à rua; andou por horas, sem direção certa. Sentia o vento em seu rosto; a leve chuva que caia não era incomodo algum; na verdade, ela até preferia. Nessa andança toda, procurou não pensar: já o fizera muito anteriormente. Apenas contemplava a paisagem que surgia. Os homens engravatados e apressados. As mulheres bem vestidas protegendo os cabelos falsamente lisos. Ela não entendia o motivo de tanta pressa. Será que eles não veem que isso não leva à nada? Que essa pressa toda não os permite sequer pensar?, questionava-se. Mas a resposta logo lhe ocorreu: o objetivo é justamente esse, não pensar!
Pensar é doloroso. Permite-nos questionar o que temos e quem somos, e a perspectiva de se descobrir que não se tem nem se é nada, é assustadora. Por isso a maioria das pessoas passa pela vida se ocupando a todo instante.
Mas, não foi justamente permitindo-se pensar por tanto tempo que ela chegara nesse estado de paz? Quando se deu conta, ela estava a gritar pela rua. “Permitam-se pensar”, “Descubram quem são e o que querem”, “Achem a paz que tanto querem, mas se esforcem pra isso”.
Estranhos a olhavam, alguns com cara de espanto, outros a ignorando deliberadamente, todos muito ocupados em não pensar.
Eles simplesmente não entendem. Eles nunca entenderão...