4 de abril de 2012

Pelo direito de ser triste

Meus últimos textos não foram os mais animados do mundo, sei disso. Minha vida também não tem sido a mais animada do mundo. Nem eu a pessoa mais feliz.
Mas ao contrário do que aconteceu em situações anteriores, não estou confusa sobre o que sinto. Sei que estou decepcionada comigo mesma por não ser quem gostaria, nem como gostaria. Sei que estou triste com os fatos que fogem do meu controle. Sei que estou saindo do chamado estado de dissociação e vendo a realidade como ela é, e não como eu gostaria que ela fosse. Sei também que, como diria uma amiga minha, meu coração está peludo, protegido do mundo (em todos os sentidos), e sem previsão de depilção.
No momento só tenho tempo e vontade de ser triste, de ver o mundo com olhos marejados de lágrimas que não caem.
Estou curtindo, envelhecendo e incorpando como um bom vinho, que depois sai da adega como o melhor dos melhores vinhos de sua safra.
Estou brega, cheia de clichês e mimimis.
Já me disseram " não chora, Vanessa!!". Que bobagem! Deixem-me chorar, sentir minha dor, expressar a dor no peito, calar a boca da angústia. É o melhor pra mim agora, sentir o que nunca senti, como nunca senti.
Eu preciso disso. Eu quero isso. Passei muito tempo me escondendo, me fazendo de forte, rindo quando queria chorar. Estando entre amigos que me fizessem rir pra evitar meu chora. Agora é justo que eu seja triste.
Já disse uma vez e volto a dizer: curtir a tristeza faz bem. Nos faz valorizar a felicidade quando ela chega.
E ela vai chegar, sei que vai. E eu vou estar pronta pra ela, vou agarrá-la e aproveitar ao máximo tudo que ela me oferecer.
E todos vão perceber quando eu voltar a ser aquela pessoa tranquila, de riso solto e despreocupada com tudo.
Mas agora, o que eu preciso, é ser triste e me encontrar na minha tristeza.
E sem tempo de retorno...

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